A Desospitalização e os Cuidados de Transição

A Desospitalização e os Cuidados de Transição / Foto: Divulgação

 

Um pouco de demografia

Nas últimas décadas o Brasil vem sofrendo uma importante alteração em sua estrutura etária populacional.

A população brasileira vem envelhecendo, resultado da combinação do aumento da expectativa de vida com uma considerável redução da fecundidade. Desta forma, hoje, temos uma proporção maior de idosos em relação as demais faixas etárias.

 

População idosa: prevalência de doenças crônico degenerativas

A mudança na expectativa de vida acarreta também em uma mudança no perfil das doenças mais comuns relacionadas a população idosa.

Hoje, a prevalência de doenças crônico degenerativas é muito maior do que as doenças infecciosas agudas, diferente do que ocorria no passado. Isso, por consequência, acarreta em um importante acréscimo no tempo de hospitalização e de recuperação, assim como na quantidade de re-internações.

Desta forma, qualidade de vida dos idosos é diretamente impactada pelo aumento do tempo de hospitalização, do tempo de recuperação e das re-internações.

 

A Desospitalização e Humanização em pacientes idosos

A desospitalização nasceu de uma necessidade de humanização. Mas também de biossegurança, e porque não, econômica, afinal, quanto maiores os tempos de recuperação e eventos de internação, maiores são os custos. Isso vale tanto para o sistema de saúde como para o próprio paciente idoso.

A desospitalização é um processo que tem por objetivo a humanização dos pacientes (sejam eles idosos ou não) que estão hospitalizados, tendo como principal objetivo propiciar uma recuperação mais rápida, assertiva, eficiente e personalizada, em ambientes não hospitalares, como por exemplo uma clínica de cuidados de transição ou uma casa de repouso bem estruturada. E a Vila Vida é referência em ambas as modalidades.

Hoje, o processo de desospitalização é uma tendência mundial. É importante destacar que a desospitalização não significa “empurrar” o paciente para fora do hospital de forma irresponsável através de alta precoce.

Deverá ser sempre uma opção, discutida e combinada entre os hospitais e os pacientes (e/ou seus familiares). Visando uma alternativa mais eficiente, de menor risco, mais personalizada e efetiva, para a recuperação do paciente, especialmente se este for idoso.

 

Cuidados de Transição

Segundo a American Geriatrics Society – AGS, cuidados de transição é “um conjunto de ações destinadas a assegurar a coordenação e a continuidade dos cuidados de saúde enquanto os pacientes são transferidos entre diferentes níveis de atenção”.

Segundo a American Academy of Family Physicians – AAFP, cuidados de transição “são serviços prestados a pacientes cujos problemas médicos e/ou psicossociais requerem tomada de decisão de moderada até alta complexidade”.

Aqui na Vila Vida, o processo de cuidados de transição segue o modelo de foco centrado no paciente, que por sua vez, é conduzido pela médica geriatra, Dra. Mariana Lamussi e pela coordenadora da equipe multidisciplinar, a fisioterapeuta Thais Volcof.

Usamos uma abordagem bastante precisa, com elaboração de um plano terapêutico personalizado, que inclui visitas presenciais diárias, participação de toda a equipe multidisciplinar e da equipe de enfermagem, sempre incentivando a participação familiar e do próprio paciente, introduzindo, quando possível, um processo de educação continuada ao referido paciente (treinamento), com o objetivo de promover o autoconhecimento e o autocuidado.

Todo o trabalho de cuidados de transição é feito e pensado para que o paciente, especialmente o idoso, passe um tempo na Vila Vida, e depois evolua para a alta, recuperado, para sua casa.

Diversos estudos mundo a fora mostram os benefícios de um processo de cuidados de transição bem feito entre o hospital e o retorno para casa. Definitivamente é um processo que proporciona humanização, dignidade, economia financeira e, acima de tudo, qualidade de vida para o idoso.

 

A quem se destinam os cuidados de transição

O processo de cuidados de transição é especialmente importante para os idosos. Principalmente aqueles que apresentam, em seu quadro clínico, múltiplas condições crônicas e regimes terapêuticos mais complexos.

 

Os eventos agudos e os cuidados de transição

Os eventos agudos são as condições de maior prevalência nos pacientes assistidos em cuidados de transição.

As condições agudas são aquelas condições de saúde de curso curto que se manifestam de forma pouco previsível, de início rápido, usualmente de causa única, de curta duração, com diagnósticos e prognóstico comumente acurados, testes diagnósticos frequentemente decisivos, em geral, com possibilidade de cura muito alta.

As condições crônicas são aquelas condições de saúde de curso mais ou menos longo, e por vezes permanente, de início gradual, usualmente de causa múltipla, de duração indefinida, com diagnóstico e prognóstico comumente incertos, testes diagnósticos frequentemente de valor incerto, em geral, com pouca possibilidade de cura.

Certas condições crônicas podem apresentar momentos de agudização e, nesses momentos, devem ser enfrentadas na lógica das condições agudas. Por essa razão, surge uma terceira categoria, a dos eventos agudos, que é um somatório das condições agudas e das agudizações de condições crônicas, como por exemplo, uma emergência hipertensiva.

Desta forma, podemos exemplificar alguns eventos agudos que poderão evoluir para cuidados de transição.  Entre eles, um infarto agudo do miocárdio (IAM), um acidente vascular cerebral (AVC), seja ele isquêmico ou hemorrágico, fraturas diversas (especialmente a fratura de fêmur em idosos), síndrome de Guillain-Barré, infecções diversas, entre outros.

 

Desospitalização, Cuidados de Transição, Cuidados Paliativos, Humanização e Qualidade de Vida.

Como pudemos ver, a desospitalização está diretamente relacionada com os cuidados de transição, assim como aos cuidados paliativos (que abordamos em outros posts). E todos estes, por sua vez, estão diretamente relacionados a humanização e a qualidade de vida.

O Hospital tem o seu papel, e é extremamente importante, mas para determinados processos, uma clínica de cuidados de transição, uma casa de repouso e um hospice, certamente serão uma melhor opção.

 

 

Rui Coelho: Administrador de empresas, pós graduado em gerontologia e CEO da Vila Vida

 

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