Queda pode ser definida como ocorrência de um evento não intencional que leva uma pessoa, inadvertidamente, ao chão em um mesmo nível ou em outro inferior. Enquanto que o envelhecimento populacional é uma realidade no nosso País, sendo um evento frequente e temido pelos idosos.
Além disso, o conceito do envelhecimento engloba vários fatores, não apenas o aspecto biológico, mas também aspectos sociais, psicológicos e culturais, ou seja, processo no qual ocorre perda de reserva funcional e o indivíduo se torna mais propenso a ter doenças.
Fatores de Risco Intrínsecos
Os fatores de risco intrínsecos incluem as características relacionadas ao próprio idoso, como por exemplo: idade avançada (80 anos e mais); história prévia de quedas; imobilidade; baixa aptidão física; fraqueza muscular de membros inferiores; fraqueza do aperto de mão; equilíbrio diminuído; marcha lenta com passos curtos; dano cognitivo e doença de Parkinson.
Uma vez que nos tempos atuais o número de idosos vem se tornando crescente e, como resultado, utilizam medicamentos de maneira crônica para a melhora da qualidade de vida de uma maneira em geral, porém esse uso nem sempre vem do acompanhamento médico adequado para observar seus efeitos colaterais.
Fatores de Risco Extrínsecos
Os fatores de risco extrínsecos são aqueles relacionados ao ambiente no qual o idoso se encontra, como por exemplo:
– Manter-se em dia com os exames físicos e oftalmológicos para identificação da existência de problemas cardíacos;
– Manter uma alimentação rica em fonte de Vitamina D e Cálcio;
– Efetuar diariamente banhos solares;
– Realizar de maneira adequada o laço de seu calçado;
– Trocar os chinelos desgastados ou frouxos;
– Usar uma calçadeira e sentar-se para posicionar seu calçado;
– Evitar calçados com sola lisa ou altos;
– Orientar-se com o seu médico sobre os efeitos colaterais dos medicamentos que consome;
– Usar os remédios na hora correta e de maneira exata a qual foi receitada pelo seu médico, na maior parte, ser acompanhado por um copo d’água;
– Jamais caminhar só de meias;
– Confusão mental ou/e fadiga muscular ampliam o risco de quedas;
– Estatísticas norte-americanas apontam que 60% das quedas em idosos sucedem dentro de casa; em escorregões, superfícies lisas ou subir escadas, tropeços e dentre outras.
14 Dicas Importantes para evitar quedas
No dormitório:
1) Posicione a lâmpada, telefone e uma lanterna próximo a cama;
2) Tenha uma cama com cerca de 55 à 65cm de altura para que alcance o chão e facilite suas subida e decida;
3) Dentro do armário, organize as roupas em locais de simples acesso, evitar locais de difícil acesso, como prateleiras altas;
4) Coloque uma iluminação através do caminho de cama até o banheiro;
5) Não deixe tapetes ou passadeiras no caminho;
No banheiro:
6) Disponha um tapete antiderrapante ao lado da banheira/box evitando escorregamentos;
7) Fixe barras de escora nas paredes do banheiro;
8) Chuveiros móveis são mais apropriados;
9) No banho, use cadeira de plástico sólido por volta de 40cm de altura, se tiver dificuldade em abaixar-se ao chão;
Na escada (caso possua em casa):
10) A luminosidade precisará possibilitar a visualização do começo ao final da escada, bem como em espaço de desembarque;
11) Conserve uma lanterna presente em local de fácil aceso na hipótese de apagão;
12) Evite tapetes as quais estejam no princípio ou final da escada;
13) Fixe faixas adesivas antiderrapantes em cada borda dos degraus;
14) Disponha corrimãos por toda a escada dos dois lados e em uma altura de 76cm acima da escada;
Queda e suas consequências
A queda é um importante evento para os idosos, que podem incluir morbidades importantes, como por exemplo, fraturas no fêmur proximal (região do quadril); fraturas nos membros superiores (ombro e punho); mortalidade e deterioração funcional.
Por outro lado, além das consequências diretas da queda, os idosos restringem suas atividades devido a dores, incapacidades, medo de cair, podendo levar a problemas tanto físicos quanto psicológicos e aumento do risco de morte.
Prevenção de queda
No entanto, o fisioterapeuta apresenta um papel importante na prevenção de quedas por meio da orientação para a atividade física, visando a manutenção da capacidade funcional proporcionando maior independência. Uma vez que é ele que atua no domicílio aplicando os testes funcionais e escalas especificas, e também na realização de exercícios visando fortalecimento dos membros inferiores, resistência muscular, flexibilidade, equilíbrio e coordenação motora.
Então, um plano de cuidados elaborado com um planejamento de exercícios diários, adaptações necessárias e maior segurança do paciente em seu ambiente.
Em síntese, a abordagem multiprofissional é de fundamental importância para identificar os fatores de risco para quedas em idosos, e, dessa forma, propor estratégias de prevenção, reorganização ambiental e reabilitação funcional, com o intuito de decrescer o risco de quedas, evitar a dependência e diminuir a morbidade e a mortalidade dos idosos.
Letícia Ruas – fisioterapeuta graduada pela Faculdade Anhanguera e pós-graduada em Fisioterapia nas Afecções da Coluna Vertebral pela FCMSCSP.
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