Cuidar, no dicionário refere-se a reparar, atentar para, prestar atenção em. Já parou para se perguntar o quão presente e importante se faz no dia a dia?
Cuidar de alguém é assumir um compromisso, é ter responsabilidade, preocupar-se, dar atenção, zelar, tomar conta, e acima de tudo, é doar um pouco de si e do seu tempo.
E o quanto isso tem sido desafiador para você? Tem sobrado tempo para cuidar de você além das tarefas do seu dia a dia?
Cuidar do idoso
Hoje é muito comum termos idosos na família, e isso tornará cada vez mais frequente em vista do envelhecimento populacional, que em 2060, segundo o IBGE, a expectativa de vida dos brasileiros poderá chegar a 81,2 anos.
Em virtude disso, será que a família está preparada para prestar essa assistência necessária?
Ao envelhecer, alguns idosos demandam mais cuidados e atenção, já não conseguem fazer certas tarefas cotidianas, como por exemplo, tomar banho, escovar os dentes, se alimentar de forma adequada, ingestão de líquidos, se lembrar de tomar os remédios, e por consequência necessitam de ajuda e auxílio de alguém.
Cuidador familiar
A Constituição Federal de 1988, Art. 229 prevê que: “os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”.
É muito comum os filhos, netos ou por vezes sobrinhos assumirem esse papel de cuidador familiar, mas acabam se deparando com algumas dificuldades da vida do idoso, são manias, doenças provenientes da idade, doenças crônicas, marcha mais lentificada, hábitos diários de anos, e além disso, alguns são bem teimosos, dificultando ainda mais o relacionamento e resistentes a ouvir opinião dos mais novos, gerando assim, um conflito de gerações.
Por isso, é preciso ter paciência, ser complacente e conhecer mais sobre as necessidades do idoso.
Porém, nem toda família tem um revezamento para os cuidados que o idoso requer. Por vezes é um filho único, um filho que ainda mora com os pais ou decide voltar a morar para poder adotar esse papel.
Abdicação das suas necessidades
E ao assumir essa responsabilidade de cuidar do idoso por vezes o cuidador abdica das suas necessidades diárias em prol dele.
Um estudo publicado pelo Brazilian Journal of Health Review neste ano, aponta que 33,3% de cuidadores relataram uma tensão excessiva ao cuidado. Da mesma forma, em 2012 um outro estudo já mostrava que muitos familiares que assumem o cuidado excluem-se do convívio social, isolam-se afetivamente, perdem a perspectiva de vida e apresentam distúrbio do sono.
Essa sobrecarga de nível físico, psíquico, social, e em alguns casos até mesmo financeiro, já que por vezes é difícil conciliar a profissão com a demanda do cuidado, a longo prazo evolui para quadros como estresse, ansiedade e depressão.
A decisão da institucionalização
Pelos pontos levantados, as famílias pensam numa Instituição de Longa Permanência (ILPI) como opção, e apesar de ainda haver uma certa resistência cultural com a palavra institucionalização, trazendo um sentimento de culpa e abandono por parte do familiar, onde este acha que é seu dever cuidar e abdicar-se, mas por vezes, a melhor decisão a se tomar é a institucionalização.
As ILPI´s surgiram com o intuito de dar assistência e qualidade de vida aos idosos, e consequentemente aos seus familiares.
Em suma, cuidar não é uma tarefa fácil, e nem sempre há uma rede de apoio e acolhimento para o cuidador familiar. Ao decidir por uma ILPI como a Vila Vida, por exemplo, não só o idoso terá toda a rede de apoio e acolhimento necessário com uma equipe multidisciplinar altamente qualificada, como sua família se sentirá assim também.
Quando acolhemos o residente, acolhemos junto sua família.
Catia Coelho – diretora financeira, formada em Administração de Empresas pela PUC/SP.
Deixe seu comentário
3 ideias sobre “Cuidar do idoso: Quais os desafios e que decisão tomar?”