A Doença de Parkinson e o Idoso

A Doença de Parkinson e o Idoso / Foto: Divulgação

 

Introdução ao Parkinson

A Doença de Parkinson é uma patologia de origem neurológica, degenerativa e sem cura, causada por uma redução intensa da produção de dopamina.

Por sua vez, a dopamina é uma substância química que ajuda na passagem de mensagens entre as células nervosas, presentes no sistema nervoso central.

A Doença de Parkinson é considerada   a   segunda   enfermidade   neurodegenerativa   mais   comum   na população idosa. Ela apresenta-se de forma crônica e progressiva.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1% da população mundial acima de 65 anos é portador da Doença de Parkinson.

O papel de familiares e cuidadores é de suma importância na rotina do dia-a-dia do portador da Doença de Parkinson, para atender às demandas e necessidades físicas e emocionais impostas pela doença.

 

Parkinson e os sintomas 

Os sintomas da Doença de Parkinson iniciam-se quando aproximadamente 70% dos neurônios dopaminérgicos estão deteriorados.

Mas isso é algo que acontece de forma silenciosa, sendo quase imperceptível. Desta forma, os sintomas e sinais tornam-se evidentes após a progressão da doença.

O   tremor é considerado um sinal inicial da doença em cerca de metade dos pacientes.  Nos braços, começa distalmente com a menor destreza nos dedos (dificuldade para amarrar sapatos, abotoar roupas, digitar). Já nas pernas, as queixas mais comuns são ao caminhar (marcha parkinsoniana), passos mais curtos e sensação de instabilidade.

Os demais sintomas e sinais são:

  • Rigidez: rigidez ou inflexibilidade dos membros ou articulações (os músculos se tornam tensos e contraídos);
  • Bradicinesia: lentidão na execução de movimentos voluntários;
  • Acinesia: impossibilidade de realizar movimentos voluntários, paralisia do corpo (congelamento);
  • Instabilidade postural: deficiência de equilíbrio e coordenação;
  • Rosto pouco expressivo: O Olhar fica parado, a expressão facial mais séria e os movimentos da face são menos notados. É comum que, mesmo de bom humor, o paciente de Parkinson seja visto como uma pessoa séria, brava e até deprimida;
  • Micrografia: dificuldade de escrever. E a letra tende a ficar pequena;
  • Disfunção cognitiva: intenção e alterações de memória, e;
  • Distúrbios emocionais:  ansiedade, apatia e depressão.

 

Parkinson e o diagnóstico

O diagnóstico da Doença de Parkinson se inicia com avaliação neurológica feita em consultório médico, ou seja, baseia-se na história clínica e no exame neurológico, através de testes motores e não motores específicos.

Exames de neuroimagem, como tomografia computadorizada e o encefalograma também são necessários.

 

Tipos de Tratamentos

Tratamento Medicamentoso

Existem diversas classes de comprimidos receitadas para controlar os sintomas. A maioria busca elevar a concentração do neurotransmissor dopamina, que se encontra baixa demais.

 

Tratamento Fisioterapêutico

O papel da fisioterapia no paciente com Doença de Parkinson é voltado para o treino de marcha, treino de atividades de vida diária, exercícios motores, exercícios respiratórios, aprimorar a resistência, a mobilidade articular, o equilíbrio e a postura.

Preconiza-se sempre os treinos de marcha, já que o portador da Doença de Parkinson tende a curvar seu tronco à frente cada vez mais, e caminhar com má postura arrastando os pés no chão.

Recomenda-se treinos proprioceptivos, treinos de equilíbrio, transferência do peso corporal e treinos com exercícios de alta intensidade.

O ganho ou manutenção de força e resistência muscular tornam-se fundamentais, com o objetivo principal de recuperar a mobilidade, que é bastante prejudicada pela rigidez inerente à doença. Lembrando que todos os exercícios realizados tem como objetivo melhora funcional.

No tratamento fisioterapêutico é trabalhado os estímulos sensoriais, auditivos e visuais. Estes estímulos contribuem para o movimento, desde o início e continuação da marcha, o aumento do tamanho dos passos, a redução da frequência e intensidade dos congelamentos.

Conforme a evolução da Doença de Parkinson, os exercícios devem ser tornar ainda mais constantes, tornando-se parte do dia-a-dia e estilo de vida.

Portanto, muita atenção! É recomendado que o tratamento fisioterapêutico se inicie assim que for dado o diagnóstico.

 

Qualidade de vida no idoso com Parkinson

Para ajudar a promover a qualidade de vida no idoso portador da Doença de Parkinson, é essencial o estimulo de atividades que possam dar prazer ao idoso, como por exemplo:

  • Promover encontros com familiares e amigos;
  • Passear ao ar livre, buscando a distração e o entretenimento;
  • Incentivar atividades sociais em geral;
  • Estimular a execução de tarefas no seu próprio tempo, sem apressá-lo;
  • Incentivar sua movimentação, dentro de suas possibilidades.

 

Letícia Ruas: Fisioterapeuta, especializada em Clínica Médica para idosos, em fisioterapia intensiva no adulto, em afecções da coluna vertebral e Fisioterapeuta da Vila Vida.

 

Referências

  1. Monteiro D, Silva LP da, Sá PO de, Oliveira ALR de, Coriolano M das GW de S, Lins OG. Prática mental após fisioterapia mantém mobilidade funcional de pessoas com doença de Parkinson. Fisioter e Pesqui. 2018;25(1):65–73.
  2. Santa FDE, Rs R, Dos T, Camargo S, Amaral A, Santos D, et al. Modalidade do trabalho : Relato de experiência Evento : XXII Seminário de Iniciação Científica. 2007;2008–2011.
  3. Dias NP, Fraga D a, Cacho EW a, Oberg TD. Training of gait with visual cues in the patient with Parkinson’s disease [Portuguese]. Fisioter em Mov [Internet]. 2005;2018(4):43–51. Available from: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=rzh&AN=2009219671&site=ehost-live
  4. Silva A, Pestana B, Hirahata F, Horta F, Oliveira E. Doença de Parkinson: revisão de literatura. Brazilian J Dev. 2021;7(5):47677–98.
  5. Leite MA, Silveira R, Antoniolli R, Nascimento OJ, Freitas MRG de. Fisioterapia na doença de Parkinson: uma breve revisão. Rev bras neurol. 2010;46(2):17–25.
  6. Vara AC, Medeiros R, Striebel VLW. O Tratamento Fisioterapêutico na Doença de Parkinson. Rev Neurociências. 2001;2020(2):266–72.

Deixe seu comentário

19 ideias sobre “A Doença de Parkinson e o Idoso

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Somos um Residencial Sênior com programação de atividades diárias, com uma equipe multidisciplinar especializada composta por geriatras, fisioterapeutas, neuropsicólogos, psicólogos, dentistas, fonoaudiólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, educadores físicos e gerontólogos, e com uma estrutura

auxiliar com salão de beleza, sala de fisioterapia, consultório médico, consultório dentário, cinema, biblioteca, farmácia, sala de jogos e espaço ecumênico.

Vila Vida Serviços Médicos Ltda. – EPP
Rua José Felix de Oliveira, 1914 | Granja Viana – SP