Sexualidade dos idosos e a Doença de Alzheimer

Sexualidade nos idosos

Foto Divulgação

Sexualidade é uma característica intrínseca a todos os indivíduos, de todas as faixas etárias, e muito singular.

Ela é construída ao longo do tempo, sendo influenciada pela trajetória, convivência, hábitos, questões individuais e psicológicas de cada indivíduo.

Sexualidade e preconceito

Por padrão, a sociedade entende que pertence apenas aos jovens, o período de experimentar a sexualidade. Isso contribuí muito para a estrutura de preconceitos e crenças quando estão relacionados aos idosos.

Assim enquanto alguns concordam que o idoso tem direito a manifestar sua sexualidade, outros podem simplesmente ignorar o assunto ou ainda, de alguma forma, sentirem-se desconfortáveis, ou até ofendidos.

Isso contribui muito para que os idosos se sintam reprimidos, controlando fortemente suas manifestações sexuais, contribuindo para que o tema não seja debatido.

Sexualidade e a Doença de Alzheimer

Uma das alterações mais significativas associadas ao desempenho sexual na terceira idade é a condição da saúde mental.

A demência é uma doença neurodegenerativa, uma enfermidade relacionada ao envelhecimento, que vem aumentando a sua incidência nos últimos anos, graças ao aumento da expectativa de vida e também, ao aumento exponencial do número de idosos no mundo.

Uma das características mais comuns dos idosos em processos demenciais é a urgência de demonstrar a sua sexualidade, o que traz, à visão da sociedade, questões ligadas ao controle de tais condutas.

As alterações do comportamento sexual nos idosos é uma das maiores dificuldades para o cuidador e seus familiares, principalmente quando incluímos o cônjuge nesta equação.

Doença de Alzheimer e função executiva

A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa, caracterizada pela perda gradual das funções cognitivas, entre elas as funções executivas.

Podemos definir as funções executivas como um conjunto de habilidades necessárias para o controle e a autorregulação da conduta.

Desta forma, o indivíduo com DA, que via de regra baseou sua moralidade com normas rígidas em relação à suas condutas sexuais no passado, pode começar a apresentar comportamentos sexuais considerados impróprios, como por exemplo, se despir em público, manejar seus órgãos sexuais, ou até mesmo se tocar intimamente perto de outras pessoas.

Doença de Alzheimer e os cuidadores de idosos

Os familiares e profissionais que convivem cotidianamente com idosos com demência devem permanecer conscientes de que à proporção que a doença progride, igualmente as necessidades se modificam, as conexões existentes podem sofrer intensas alterações, podendo nascer novos relacionamentos, desejos e comportamentos.

Por isso, o apoio emocional e o esclarecimento aos cuidadores são mecanismos essenciais. As informações verdadeiras sobre problemas que irão surgir futuramente, sua evolução e a produtividade das diferentes interferências terapêuticas disponíveis permitirá aos familiares e/ou cuidadores saber aquilo que enfrentam.

O cuidador, seja ele cônjuge ou não, familiar ou não, tem a responsabilidade de não demonstrar espanto ou constrangimento com determinadas situações, pois isso poderia conduzir a um comportamento violento por parte do idoso. É de grande relevância lembrar que se trata de um sintoma da doença, e não um comportamento imoral ou extremamente inadequado.

Entendemos, por fim, que os sintomas relacionados a DA não constituem exatamente uma delimitação para a prática sexual, mas indicações no envolvimento da qualidade de vida, adaptação às suas novas funções dentro da vinculação conjugal, juntamente com às limitações do próprio envelhecimento, fazendo necessários conhecimentos adequadas sobre esse assunto, especialmente por parte dos profissionais de saúde.

Alessandra Camargo – Gerente Administrativa da Vila Vida

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