Atualização Científica sobre a Doença de Alzheimer / Foto: Divulgação
Epidemiologia
A Doença de Alzheimer (DA) é a doença neurodegenerativa mais comum, e é caracterizada pelo acúmulo intracelular de uma proteína chamada Taufosforilada (p-Tau).
Essa alteração leva a pessoa a ter distúrbios cognitivos e neuropsiquiátricos que comprometem a autonomia do paciente, interferindo diretamente na sua vida funcional.
A prevalência da DA está aumentando consideravelmente devido ao envelhecimento populacional.
Segundo as nações Unidas, o número de idosos nas regiões menos desenvolvidas do planeta cresceu de 376 milhões em 2000 para 602 milhões em 2015, um aumento de 60%!
Em relação a nosso país, Brasil, as projeções indicam que temos uma prevalência da Doença de Alzheimer acima da média mundial, com uma estimativa de 55 mil novos casos por ano.
Fatores de risco e prevenção
Há diferentes fatores de risco envolvidos na Doença de Alzheimer, sendo o envelhecimento o principal deles.
Alguns pesquisadores acreditam que 35% dos riscos para a DA podem ser modificáveis, como por exemplo:
- baixa escolaridade na juventude;
- hipertensão arterial;
- obesidade;
- tabagismo;
- diabetes;
- sedentarismo;
- perda auditiva na meia idade;
- depressão, e;
- isolamento social.
Concluímos que se tivermos atividades sociais, evitarmos doenças cardiovasculares através de exames periódicos, atividade física e dieta saudável, poderemos prevenir, de certa forma, a Doença de Alzheimer.
Características clínicas e diagnóstico
O diagnóstico da Doença de Alzheimer continua essencialmente clínico, ou seja, é o médico que através de uma anamnese detalhada, seguida por uma avaliação cognitiva objetiva de rastreio, que conseguirá identificar a doença.
A anamnese deve incluir perguntas sobre as memórias – episódica, operacional e linguagem.
Os sintomas neuropsiquiátricos mais comuns são:
- Depressão;
- Ansiedade;
- Delírios;
- Agressividade;
- distúrbios do sono, e;
- apatia.
Em geral, um dos primeiros sintomas que aparecem na Doença de Alzheimer é a alteração da memória episódica (alteração de sua memória recente). Caracteriza-se pela dificuldade de se lembrar de compromissos recentes, fala repetitiva, esquecimento do local de guarda de seus objetos pessoais, esquecimento de rotinas simples do dia-a-dia, entre outros.
Com a evolução da DA o paciente começa a esquecer que esqueceu, e os conflitos familiares tornam-se cada vez mais comuns.
Outros sintomas muito característicos:
- são disfunção executiva;
- alterações de linguagem;
- distúrbios visuoespaciais, e;
- alterações de comportamento.
Os testes cognitivos devem ser aplicados pelo médico ou profissional da saúde envolvido no acompanhamento do paciente com suspeita de Doença de Alzheimer.
Dentre os testes mais usados estão o Mini Exame do Estado Mental (mini mental), Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e a Bateria Breve de rastreio cognitivo. Para casos ainda duvidosos, após testes básicos, indicamos a avaliação neuropsicológica mais detalhada.
Para o diagnóstico da doença sempre associamos exames de neuroimagem e laboratoriais. Ao mais comuns são a ressonância magnética e o SPECT (tomografia computadorizada por emissão de fóton único).
Fases da Doença de Alzheimer
Classificamos a DA como leve, moderada e grave.
Um dos motivos para essa classificação é auxiliar a tomada de decisão sobre as medicações a serem introduzidas durante a evolução da doença.
Por exemplo, os anticolinesterásicos (galantamina, donepezila e rivastigmina) podem ser usados em qualquer fase da Doença de Alzheimer, já a memantina somente a partir, da fase moderada.
Tratamento da Doença de Alzheimer
Nos últimos anos vivemos um avanço importante no diagnóstico da Doença de Alzheimer, no entanto, para o tratamento, mantivermos as mesmas drogas como anticolinesterásicos e a memantina.
Vários estudos surgiram e inúmeras pesquisas estão em andamento. Uma nova medicação foi aprovada nos EUA, mas com muita controvérsia entre os pesquisadores, mas infelizmente, ainda não disponível no Brasil.
Se você possui algum familiar, conhecido, ou amigo com sintomas da Doença de Alzheimer, procure ajuda, marque uma consulta com um especialista.
A Vila Vida está pronta para te ajudar.
Mariana Lamussi: Médica Geriatra formada pela Santa Casa de São Paulo, pós-graduada em Cuidados Paliativos pelo Instituto de Ensino Albert Einstein e Diretora Clínica da Vila Vida.
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Parabéns Dra Mariana
Excelente conteúdo e esclarecedor…
Precisamos estar atentos aos primeiros sinais sejam dos nossos pacientes, familiares, amigos para buscar tratamento adequado e contribuíndo dessa forma para qualidade de vida..
Dra Mariana sempre fazendo o melhor.
Parabéns pelo trabalho e amor dedicado aos idosos .