Transtorno de Acumulação Compulsiva em Idosos

 

 

O Transtorno de Acumulação Compulsiva é uma doença psíquica, na qual a pessoa encontra dificuldades de se desfazer de qualquer objeto.

Pessoas com esse transtorno costumam guardar jornais antigos, papéis, contas, livros, caixas, roupas, itens de decoração, eletrônicos que muitas vezes nem tem mais funcionalidade, garrafas de bebidas, utensílios, sacolas de lojas, e até mesmo embalagens de delivery, dentre tantos outros.

 

Idosos acumuladores?

Segundo a psicologia, o transtorno muitas vezes inicia-se ainda na infância, quando, por exemplo, a criança encontra muita resistência e dificuldade em se desapegar de brinquedos e roupas que já não tem mais serventia, e outros objetos.

Entretanto, quando não identificado pelos pais, pode perdurar pela adolescência e vida adulta, e acentuar ainda mais na terceira idade.

Porém, o idoso, pode sim, desenvolver o transtorno, somente nessa fase, quando sua saúde se encontra mais debilitada e perde sua autonomia, e, com isso, apega-se emocionalmente a objetos e pertences como uma “fuga” da realidade.

Há também, idosos, que desenvolvem compulsão por compras de itens desnecessários, ou em abundância, e até mesmo imóveis.

Ou, então, aqueles que adotam excessivamente animais de estimação, como, por exemplo, gatos e pássaros, e que por muitas vezes ficam sem os cuidados básicos necessários, e tornam-se um problema de saúde grave.

 

Sintomas

Apesar de a própria palavra “acumulador” já dizer por si só, e ser perceptível a quem não possui o transtorno, algumas atitudes e reações comuns podem ajudar a identificar, são eles:

• Isolamento, alguns idosos moram sozinhos, ou tem pouco convívio social;
• Muita dificuldade em organizar seus pertences;
• Acumula objetos em todos os locais da casa, os armários já não suportam mais;
• Resistência e negatividade em emprestar objetos;
• Impedimento de que qualquer pessoa toque em suas coisas;
• Ansiedade ao pensar em se desfazer de objetos;
• Compra de objetos repetidos, de cores diferentes, ou de mesma funcionalidade.

 

Isolamento social

Idosos acumuladores, normalmente, apresentam afastamento social, e um processo de negação muito presente, que intensifica distúrbios psíquicos como um quadro de ansiedade generalizada ou/e depressão, complicando o tratamento, pois acumuladores têm uma forte resistência em perceber e aceitar ajuda.

Com isso, o idoso, que pelo próprio processo de envelhecimento tende a se isolar, com o transtorno, este sintoma intensifica-se ainda mais, evitando receber familiares, amigos e vizinhos.

 

Agravamento da acumulação em casa

Muitos de vocês leitores, já devem ter visto programas de TV com acumuladores, e a grave situação de insalubridade e locomoção dentro da casa.

Afinal, já imaginou agora essas condições na casa de um idoso? Pois é! Há, ainda mais, riscos à sua saúde, e integridade física e psíquica. Já que, a falta de espaço para locomoção fica muito restrito, e o risco de queda e fratura elevam-se exponencialmente.

Além disso, a falta de higiene (pois muitos perdem o autocuidado), acarreta doenças, e a proliferação de insetos e roedores, como por exemplo, baratas e ratos, tornam a residência insalubre.

 

Tratamento

O tratamento é extenso, pois precisará preciso aprofundar-se em causas emocionais, mudanças de hábitos, maneiras assertivas de lidar com o estresse e pensamentos negativos, e reaprender a organizar e limpar o ambiente que convive.

Antes de tudo, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a mais indicada para casos de transtorno de acumulação compulsiva, desta forma, o acumulador terá acesso a todas as direções e a exercícios mentais que o ajude a reorganizar sua vida.

Por outro lado, pode ser que seja necessário associação com medicamentos, como antidepressivos.

 

Desta forma, podemos ver que o transtorno requer atenção por parte de familiares e cuidadores, e que pode sim, trazer prejuízos severos e graves a saúde e bem-estar dos idosos. Quanto antes diagnosticar e começar o tratamento, mais qualidade de vida terá.

 

 

Catia Coelho: Administradora de empresas e Diretora da Vila Vida.

 

 

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